A passagem dos peixes

  No fundo do mar há um espelho de cabo dourado. Está lá pousado. Os peixes passam, Inexoráveis e encantados, Agitando gelatinas de fada, Nas suas mangas de cetim. São braços e pernas que caminham, Nadando, E fazendo-o, Levantam areias à sua passagem, Penetram túneis de água, Transpondo-se para espaços assombrados E sigmoides de tempo desconhecido, Imergulhado. Cruzeiro Seixas compreendeu-os, Sanguinolentos e antropomórficos, Seccionados e com tripés. Eu sei pouco sobre os peixes, Sobre as suas escamas e respiração, Mas vi o espelho, Mas vi o espelho.   Abigail Ribeiro 14 de março de 2022   Imagem: ...

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