O Reino Peculiar (Salvadora persica)

  «Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu campo; o qual é, realmente, a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos.» Mateus 13:31-32   Jesus anunciou um reino peculiar. Imagino os seus contemporâneos a vê-lo ...

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Salvação (Salvia officinalis)

  Sento-me contigo à mesa, À mesa possível. É uma mesa corrida (não, não é). Com bancos corridos (talvez), Onde se sentam e de onde se levantam Estranhos. Eu também sou estrangeira. E não tenho onde reclinar a cabeça. O meu leito faz-se no andar E a minha almofada é o ver. Não tarda chegará o alimento, que é a luz do entardecer. Sob o seu prisma me aquietarei, Enrolada, larvar E esperarei o adormecer debaixo de pálpebras quentes e o acordar a salvo.   Abigail Ribeiro 19 de fevereiro ...

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A Cevada de Rute

  “Deixa-me colher e juntar espigas por entre os molhos após os segadores.” (Rute 2:7)   Tenho pensado em Rute. Aflorou no meu pensamento quando pensava na imensa vulnerabilidade dos migrantes. Quando se dão crises socioeconómicas em algum lugar, seguem-se movimentos migratórios dos locais onde escasseia o alimento, o emprego, o dinheiro, as oportunidades, a paz, a segurança, etc, para locais onde estes são mais abundantes. Facilmente se conclui que, desde há milénios, os cereais ...

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Por que chamam o maracujá de “fruto da paixão”?

  Perguntava-me, por vezes, por que é que chamaram “fruto da paixão” ao maracujá. Desconhecia-lhe a mãe, flor. Esfaqueava-o, sem pensar nele, comia-lhe as sementes de aréola gelatinosa com o sumo que escorre.  A colher cheia do lanço da ignorância. Sobravam as escalpes da casca, em madre-pérola ósseo, com veios arroxeados. Quase se adivinhavam meninges. E ía embora. Com aquele sabor tropical a trautear na boca. Exótico, estrangeiro, doce e ácido. Os meus avós tinham trepadeiras ...

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Flor de Maracujá

Passiflora edulis   Perguntava-me, por vezes, por que é que chamaram “fruto da paixão” ao maracujá. Desconhecia-lhe a mãe, flor. Esfaqueava-o, sem pensar nele, comia-lhe as sementes de aréola gelatinosa com o sumo que escorre. A colher cheia do lanço da ignorância. Sobravam as escalpes da casca, em madre-pérola ósseo, com veios arroxeados. Quase se adivinhavam meninges. E ía embora. Com aquele sabor tropical a trautear na boca. Exótico, estrangeiro, doce e ácido. Os meus avós tinham ...

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